Estudantes realizam passeata contra entrada de médicos estrangeiros

Universitários querem que estrangeiros façam a prova do Revalida. 
O teste é um exame de revalidação de diplomas médicos estrangeiros.

Acadêmicos de Medicina realizam neste sábado (25) no Centro de Teresina uma passeata em favor do Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas médicos expedidos por instituições de educação superior estrangeiras. Segundo o organizador do movimento no Piauí, Wilton Filho, a mobilização é protesto à decisão do governo federal de importar médicos estrangeiros para trabalharem no interior do país sem a devida revalidação de seus diplomas pelo Ministério da Educação.

Universitários se concentram em frente ao Hospital Getúlio Vargas (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
A iniciativa integra mobilização denominada “Revalida, Sim”, que acontece em várias cidades do país. Os estudantes se concentram em frente ao Hospital Getúlio Vargas, na Frei Serafim,de lá eles saíram em caminhada em direção à Praça João Luís Ferreira, onde  realizaram uma panfletagem. Em seguida foram até o Palácio de Karnak.

 Participam do ato, universitários da Universidade  Federal  do Piauí, Universidade Estadual do Piauí e de duas faculdades particulares da capital. “Não somos contra a entrada de médicos estrangeiros. Eles são bem-vindos, desde que passem pelo processo de avaliação”, afirma o estudante de Medicina, Wilton Filho.
A médica Adriana de Sousa que trabalha em  várias municípios do interior do Piauí e Maranhão disse durante entrevista ao G1 que o problema da falta de médicos só será resolvido quando houver investimento na saúde nas  regiões interioranas.

“Mas não há falta de médicos. O que acontece é que por causa das condições precárias no interior, eles preferem trabalhar nas zonas urbanas, onde têm mais assistência. Tenho muitas dificuldades e são poucos médicos que desejam enfrentar o que passo diariamente ”, rebate.
A Associação Piauiense de Medicina (Aspimed), o Conselho Regional (CRM-PI) e o Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) também  participam do protesto.

Estudantes se mobilizam contra decisão do governo federal (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

O presidente da Aspimed, Salustiano Moura, frisa que o problema não está relacionado à quantidade de médicos no país, mas às condições de trabalho oferecidas pelo poder público no interior, à falta de estrutura, e que, portanto, a importação de profissionais não contribuirá para a prestação de um serviço de qualidade à população.
Nesta semana, as entidades médicas piauienses publicaram nota de repúdio contra a decisão. " "Somos contra o favorecimento de um grupo de profissionais que, ao entrar no país, tentam obter o privilégio de não se submeterem a um teste, que é obrigatório a todos os profissionais brasileiros ou estrangeiros que pretendem exercer sua atividade no país”, diz o comunicado.

Fonte: G1

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